ATENÇÃO: LEIAM AS NOTAS EM NEGRITO, POIS É NELAS QUE DOU AVISOS, EXPLICO COISAS IMPORTANTES, ETC. NÃO VOU RESPONDER A NENHUMA PERGUNTA SOBRE O QUE EU JÁ TIVER ESCRITO NELAS.
E aqui estamos, no último capítulo dessa história que marcou tanto a vida de vocês quanto a minha. Estou sentindo uma baita nostalgia, porque esse casal maravilhoso tem estado em minha vida desde 2012, quando comecei a ler a série, e em março de 2013, quando comecei a escrever a fanfic do primeiro livro.
Bom, vou deixar vocês com esse encerramento, mas ainda tem o pós escrito. E aí, vou me despedir de vocês propriamente. Boa leitura!
Todos os nossos inimigos são mortais.
― Paul Valéry
Narrado por Eva Cross
Sinto a cama se mover. Gideon está se levantando para dormir longe de mim.
De novo.
Ele
tem feito muito isso ultimamente, pois tem tido pesadelos com
frequência. E, por mais que eu queira que ele fique, não posso forçá-lo a
fazer mais sacrifícios por mim. Já é ruim o suficiente para ele ter de
ir, seria pior se eu o implorasse para ficar. Assim que ele sai do
quart, fechando a porta atrás de si, abro os olhos de leve. Estou
cansada, preciso dormir, ainda mais depois das horas intensas de sexo
que tivemos. Mas há um peso, uma agitação interna, que não para de me
incomodar.
Daqui a algumas horas, estarei embarcando com Cary para San Diego.
O Six Ninths fará um show na cidade.
Ou seja: Brett vai estar lá.
Se
não é o destino nos colocando juntos no lugar onde tudo começou, no
mesmo fim de semana, eu não sei o que é. Sinto que esse é o momento de
finalmente conversarmos e acertarmos as arestas entre nós. E, claro, de
eu contar a ele pessoalmente sobre o tal vídeo. Brett precisa saber que
ele existe e que Sam Yimara está tentando vendê-lo a jornalistas ou até
mesmo a soltá-lo na rede ele mesmo.
Não posso
nem vou negar que Brett me afeta muito mais do que eu gostaria. Mas era
impossível compará-lo ou colocá-lo no mesmo patamar de Gideon. Eu sempre
sou a prioridade na vida dele, independente das circunstâncias. Ele
move céus e terra por mim todos os dias e me entende em níveis que
absolutamente ninguém seria capaz. Eu não quero machucá-lo
deliberadamente, mas preciso ver Brett em pessoa, nem que seja pela
última vez. Sinto que há algo entre nós que precisa ser resolvido, e não
vou ficar em paz até descobrir o que é.
Mas preciso fazer isso sozinha.
Minha
cabeça está uma bagunça. A única certeza que tenho é que nunca poderia
beijar Brett novamente. Não depois de tudo o que Gideon e eu passamos
para ficarmos juntos. Não depois de termos nos unido num laço tão
importante e profundo como é o casamento. E, principalmente, porque eu
jamais iria contra a minha alma e meu coração. Ambos pertencem a Gideon
Cross, e nem meus sentimentos conturbados por Brett serão capazes de
mudar isso.
...
Narrador
Ao pensar nisso, Eva não tinha ideia de que ele não só sabia do vídeo, como esperava consegui-la de volta através dele.
Brett
Kline não parou de assistir às imagens que Yimara lhe entregara horas
atrás. Chegara até mesmo a gozar na própria calça como um adolescente ao
vê-las. Ele e Eva se encaixavam tão bem. A combinação perfeita. O clipe
tinha ficado muito fiel, embora tivesse deixado as partes mais picantes
de lado. Ela nunca poderia negar a química entre eles, e isso Brett
pudera notar ao ver a reação dela ao vídeo de ‘Golden’. Eva ficara
chocada, não chateada. Mas não era apenas aquilo. A forma como ela
estremece quando tocada por ele, a forma como o olha. Está tudo ali. A
atração deles é intensa e nem ela mesma pode negar.
Pensara
que, quando chegasse a Nova York, iria conseguir levá-la para cama,
para lembrá-la do que quão bons eles eram juntos, porém a forma como o
rechaçou, apesar do desejo, o fez recuar de seus planos. Ela não está
preparada, pois ainda há um grande empecilho: Gideon Cross, dono da
gravadora da qual a banda é contratada e o homem por quem Eva ainda é
visivelmente apaixonada.
No entanto, a sextape
mudaria tudo, inclusive, a forma como Cross se impõe entre os dois. Além
disso, ele tem um importante aliado ao seu lado: Christopher Vidal Jr.,
um dos executivos de sua gravadora e irmão de seu rival. Por alguma
razão que Brett só pôde interpretar como inveja, Christopher não fez
questão de esconder que não se importa com o irmão mais velho, e está
animado com a perspectiva de usar o vídeo como parte do material de
divulgação da banda. Até porque ele próprio tem muito o que ganhar com
tudo isso. A fama e a popularidade do Six-Ninths após o vazamento do
vídeo que inspirou o videoclipe aumentaria de forma inimaginável. Todos
iriam querer Eva e Brett de volta. E ela, estando solteira e magoada,
sendo pressionada pela mídia e mexida com o vídeo de sexo deles, ficaria
ainda mais tentada a lhe dar uma segunda chance. Mas antes, precisa
falar com ela. Mostrar a ela. Os dois precisam ver as imagens juntos,
talvez marcar uma sessão de cinema para “apenas bons amigos”. Quem sabe
reproduzir as imagens? Sorri ao pensar na possibilidade.
Ele
também mal pode esperar para ver como Cross irá reagir a tudo. O
maldito playboy se rasgará de ódio ao amargar o sabor da derrota. Tanto
por perder Eva quanto por não poder demitir nem a ele nem à banda,
porque o dinheiro irá entrar e sair feito água da gravadora, e os
executivos se recusarão terminantemente a perder seu artista de maior
lucro. Nem Cross faria isso, porque apesar de tudo, ele não gosta de
perder dinheiro.
Brett começa a pensar no que
fazer. Eva estará em San Diego pelo fim de semana também. Poderia sair
com ela para um lugar público, e até mesmo dar uma dica a um paparazzo,
para serem fotografados juntos. As fotos irão se espalhar rapidamente,
atiçando a todos, principalmente após o recém-lançamento do clipe de
‘Golden’.
E, longe da influência de Cross, Brett tem absoluta certeza de que conseguirá reconquistá-la.
Sim. Ele seguirá em frente com seu plano, não importa o que lhe custe.
Eva Tramell sempre foi e sempre será sua.
Enquanto
isso, uma belíssima ruiva chegava em sua casa, em um vestido verde
esmeralda que se moldava perfeitamente ao seu corpo longilíneo. O
sorriso em seu rosto era singelo, porém mostrava perfeitamente o quanto
estava satisfeita. Havia traçado a estratégia perfeita: Dividir para
conquistar.
Começar de fora para dentro.
A
segunda parte de seu plano foi executada com sucesso naquela noite.
Ansiava por aquilo como nunca tinha ansiado por nada na vida. Quando seu
marido, que estava em um congresso de Medicina em Boston, revelou que o
dia de sua viagem coincidiria com a data do evento de gala, a ruiva não
se conteve. Ela finalmente conseguiu vê-la de perto. Eva Tramell, a
mulher que havia roubado o coração do homem mais inacessível que já
conhecera, e agora estava noiva dele, depois de apenas dois meses de
namoro.
Dois. Malditos. Meses.
E
a odiava por isso. Odiava que aquela loura não tenha precisado se
esforçar muito para capturar a atenção dele, dentre tantas outras
mulheres, inclusive ela mesma, que deram tudo de si para isso. Mas, mais
do que odiar Eva, ela odiava o homem que a amava.
Gideon Cross.
Pensar
no nome dele lhe trouxe uma raiva instantânea, que a fez bater a porta
do quarto atrás de si, puxar a peruca com força, arrancando também a
touca que segurava suas madeixas, que de fato eram ruivas, porém longas.
Jogou o cabelo falso em um canto qualquer, rosnando de ódio. Ela não
queria, mas ainda o amava com loucura. Tamanho sentimento misturado a um
coração partido e à sede de vingança, pode ser muito perigoso.
Mas
Anne Lucas já estava mais do que envolta em todo esse turbilhão, e não
iria parar até que conseguisse fazer um dos homens mais ricos e
poderosos do mundo se prostrar a seus pés, exatamente como ele havia
feito com ela.
Olhou para si mesma no espelho de
corpo inteiro, para seu rosto manchado de lágrimas e maquiagem borrada,
para seu vestido verde, agora amassado e para seus cabelos bagunçados.
Mesmo assim, ela sorriu novamente. Dessa vez, um sorriso largo e
diabólico.
Destruir a vida do homem que havia destruído seu coração, não tinha preço.
Mas mesmo assim, ela o faria pagar. Se necessário, com a própria vida.
...
Narrado por Corinne Giroux
Cansada.
Incrédula.
Destroçada.
É assim que me sinto desde que recebi a notícia do aborto.
O
bebê pelo qual eu e meu marido tanto ansiamos. Foram anos tentando,
anos pensando que nunca seria possível. E ali estava ele. A médica havia
me dito que a gestação estava no quarto mês, saindo do tempo de risco,
que é de três. Se não estivesse tão alterada por conta da medicação, eu
teria notado os sintomas. As alterações hormonais do meu estado tinham
contribuído ainda mais para o descompasso da minha estabilidade
emocional.
Nem eu mesma sabia onde estava com a
minha cabeça quando fiz aquilo. Lembro-me de tomar vários comprimidos,
de me deitar na banheira de roupa e tudo e chorar; eu estava envolta no
mais profundo desespero e só esperava que tudo aquilo não passasse de um
pesadelo.
Porém antes que eu me conseguisse assimilar o que acontecer, acordei em uma cama de hospital.
Meus
pais estavam ao meu lado, o que me surpreendeu muito já que eles
geralmente não davam a mínima para mim. Me senti até um tanto
desconfortável diante de tanta... Atenção e carinho. Eu realmente não
estava acostumada e por vezes, queria pedir para que os dois saíssem,
porque simplesmente era difícil demais acreditar que eles eram capazes
de abrir mão de qualquer coisa por mim.
A única
coisa que valeu a pena a presença deles, foi o fato de Elizabeth estar
lá, e de saber que Gideon também esteve. Mas ele tinha ido embora antes
mesmo de ver, porque Jean havia lhe agredido ao saber da morte do bebê.
Fiquei morrendo de raiva daquilo e o proibi de entrar no quarto.
Na
manhã seguinte à internação, soube que meu marido não tinha ido embora.
Dormira na sala de espera enquanto meus pais dormiam no quarto. Meu pai
bem que tentou manda-lo embora, mas não teve sucesso. Eu me senti
culpada. Jean também tinha perdido um filho. Era natural que ele
culpasse Gideon pela perda do bebê já que eu havia feito aquilo por não
suportar a ideia de perde-lo para sempre. Por outro lado, eu jamais
teria feito o que fiz se estivesse grávida. Na verdade, se eu estivesse
em meu estado normal, tenho certeza de que não tentaria contra minha
própria vida.
Não havia culpados a apontar. No fim, tudo foi um incidente que terminou de forma trágica para um ser indefeso.
Eu
finalmente o deixei entrar e, pela primeira vez, eu tinha visto Jean
realmente triste. Seu olhar estava carregado de uma dor que abriu as
minhas comportas. Ambos nos abraçamos, chorando a nossa perda. Nem meus
pais, nem Elizabeth, nem ninguém poderiam compreender a minha dor melhor
do que ele. Eu não o amava e nunca o amaria, mas tínhamos recebido um
presente que achamos que nunca seria possível, e o perdemos de uma forma
trágica.
Duas horas depois, eu recebi alta e
meus pais exigiram que eu fosse para a casa deles, para que pudessem
ficar de olho em mim. Meu marido queria ficar comigo em minha casa,
cuidando de mim pessoalmente, mas mais uma vez, meus pais foram contra, o
apontando como culpado de tudo. A médica, vendo os ânimos se exaltarem,
chamou a atenção de todos, por discutirem na minha frente, e me lembrou
que eu precisava de paz. Mesmo que não me sentisse confortável para
isso, decidi ir com meus pais. Eu não queria passar a impressão errada
para Jean. Eliminar toda e qualquer esperança sobre algum futuro juntos é
o melhor. Não quero que ele pense que voltarei para a França e
esquecerei Gideon.
Isso não vai acontecer.
Antes
do mundo sumir ao meu redor, ele tinha me dito que Eva e Gideon tinham
ficado noivos, numa tentativa de me dissuadir dos meus planos. Naquele
momento, senti como se o mundo tivesse desabado em minha cabeça. Se
antes o relacionamento dos dois não passava de luxúria, agora há muito
mais sentimentos em jogo.
Agora, sentada na
espreguiçadeira na varanda de meu antigo quarto, na casa dos meus pais,
olho para a caixa em meu coloco, com as dezenas de fotos minhas e de
Gideon juntos, em nosso tempo de namoro e noivado. Momentos que estão
eternizados na minha mente. Cada imagem conta uma história, e eu as sei
de cor. Foi remexendo essas memórias que entendi o que preciso fazer:
lembrá-lo de como éramos bons juntos. Lembrá-lo do quanto é bom me amar.
Mostrar que o ele diz sentir por Eva é algo passageiro.
E tenho que fazer isso antes que ele se case com ela.
Levanto meu rosto, fecho os olhos e me concentro em sentir a brisa doce da tarde batendo em minha pele.
Em breve, Gideon estará aqui comigo, envolvendo seus braços fortes ao redor do meu corpo, para deleitarmos juntos a mesma brisa
Ou eu não me chamo Corinne.
...
Narrador
Ele
sorri, com satisfação, ao ver sua bela esposa andar em sua direção com
duas taças de vinho. O gingado de seus quadris o deixa louco;
principalmente quando estão adornados pela tentadora camisola preta que
ele tanto adora.
Com um sorriso sedutor nos
lábios, elegante mulher estende-lhe a taça. “Acho que o momento pede um
brinde e uma noite especial, não acha?”
“Com
certeza, meu amor”, ele pega a taça antes de segurar a mão estendida da
esposa, plantando um beijo molhado, que fez cada parte do corpo feminino
se arrepiar.
Em seguida, ela se senta em seu colo, e ele rodeia seus braços ao redor da cintura fina.
“A quê brindaremos?” ela pergunta, dando um beijo igualmente molhado no pescoço masculino.
“A Eva Tramell”.
Intrigada, a esposa se ergue para encarar o marido. “E porque a ela?”
Achando
divertido o leve tom ciumento da esposa, ele levanta as duas
sobrancelhas. “Porque sem ela, não haveria uma vingança satisfatória.
Agora há”.
Entendendo o que o marido quer dizer, a mulher volta a sorrir abertamente. “Você está certo. Então, brindemos à Eva”.
Com todos os demais cômodos mergulhados no silêncio, o tilintar das taças batendo uma na outra ecoam pela mansão dos Landon,
Uma das famílias que foram atingidas pelo esquema corrupto de Geoffrey Cross.
E que fará de tudo para se vingar do único membro que carrega aquele maldito sobrenome.
E então? Gostaram? Ainda temos o pós escrito! Cliquem aqui para ver! E não se esqueçam de deixar seus comentários :)
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