Opinião: Preconceito literário

Tenha mente aberta para a literatura e respeite a leitura alheia!

 Oi pessoal! Não, não teremos capítulo novo. Estou aqui porque queria dividir com vocês uma coisa que está na minha cabeça há muito tempo: o preconceito literário. Eu estava conversando com algumas pessoas no WhatsApp hoje e veio à tona o assunto. 

O que eu tenho visto muito atualmente é a intolerância em relação ao que o outro lê. Não obstante vejo pessoas fazendo críticas até mesmo ofensivas à leitura alheia. E isso tem que parar. Tem muita gente que critica ferrenhamente a saga Crepúsculo, por exemplo. Aliás, tanto ela quanto a trilogia Cinquenta Tons são os que mais sofrem preconceito atualmente. E acho isso um absurdo. 

Primeiro: não sou fã de Crepúsculo. Não tenho os livros, não tenho DVD's oficiais dos filmes nem posters e afins. Gosto só do primeiro filme e já vi muitas vezes, mas para por aí. Segundo: leio fanfics baseadas em Crepúsculo? Sim, várias na verdade. Mas se a sinopse e o primeiro capítulo não me chamam a atenção, eu abandono a história sem dó. E isso acontece com qualquer fanfic baseada em qualquer outro livro ou saga. Terceiro: como amante da literatura em geral, eu não julgo um livro pela capa. E se eu não gosto da história, procuro expor minha opinião (apenas se ela for pedida) com o mínimo de educação e sem criticar ninguém por gostar.

Eu já vi muitos fãs, especialmente da literatura erótica (vulgo 50 tons e derivados), dizerem que detestam Crepúsculo, que Edward é uma bicha, a Bella é uma tapada e blá blá blá. Eu pergunto pra esses mesmos fãs: vocês acham legal quando alguém diz que o que vocês estão lendo é putaria? Que não tem nada de cultural nisso? Que é perda de tempo? 

Pimenta nos olhos dos outros é refresco, não é?

Para quem não sabe, o antiherói de 50 Tons era, na verdade, Edward Cullen, da fanfic Master Of Universe. O Nathaniel West da trilogia A Submissa também era Edward Cullen da fanfic homônima. E a trilogia "O Inferno de Gabriel" se originou de uma fanfic chamada The University of Edward Cullen. Resumindo a ópera, foi a partir do "banana" do Edward Cullen (direta ou indiretamente) que surgiram Christian Grey, Gideon Cross, Erik Zimmerman, Travis Madoxx, Gabriel Emerson, Nathaniel West e outros tantos machos alfa ciumentos, possessivos e superprotetores da literatura erótica. Então não se façam de hipócritas. Se você não quer ser criticado, não critique.

E quanto aos "leitores versados em literaturas clássicas que repudiam as modinhas", peço-lhes encarecidamente que guardem sua opinião para si próprios! Estes são os mais hipócritas de todos porque defendem a liberdade de expressão e a diversidade e metem o pau no gosto  literário dos outros.

Não estou dirigindo esse texto a ninguém em especial. E também não se trata de lavar  roupa suja em público. Longe disso. Esta sou eu expondo minha opinião sobre os fatos. Vamos ser mais tolerantes e vamos respeitar o próximo e sua biblioteca particular. Cada um lê aquilo que quiser. Não existe essa coisa de ficar colocando defeito no que o outro lê. Todos têm gostos diferentes pra tudo nessa vida. E mais: o fato de você desrespeitar a leitura alheia não te torna diferente de alguém que julga o outro pela etnia, pela religião ou pela classe social. 

Preconceito é preconceito e ponto final.